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O mês de outubro chegou e junto dele, veio aquela vontade de colocar para fora a criança que habita dentre de cada um de nós. Pensando nisso, idealizamos aqui na PdD um evento pra lá de especial, voltado para crianças de 8 a 80 anos! No sábado, dia 06, receberemos por aqui a curadora de arte e escritora Flávia Azevedo, autora do livro “A Pequena Gilda no Museu”, além do artista Gustavo, da Mobri, estúdio criativo que produz brinquedos e esculturas de papelão, para montar, colorir e brincar.

A seguir, você confere um pouquinho da história e da inspiração desses dois grandes talentos que teremos a honra de receber!

Flávia Azevedo

Flávia Azevedo é mineira, natural de Belo Horizonte, e desde pequena, uma apaixonada por arte. Formada em administração de empresas, trabalhava na área até que um dia resolveu se mudar para Nova York, em 2012, para estudar arte e estreitar as relações com a paixão que sempre a acompanhou.

Na NYU, uma das principais universidades dos Estados Unidos, se especializou em Art Business e teve a possibilidade de viver um período intenso de imersão nos museus e galerias de uma das grandes capitais artísticas do planeta.

Em 2013, voltou ao Brasil para dar início a uma carreira na área que sempre sonhou trabalhar. Mergulhou no universo da curadoria, a partir do qual teve contato com vários artistas, aos quais auxiliou na elaboração de trabalhos, busca por referências e construção de exposições.

Em Belo Horizonte, se aprofundou ainda mais nas pesquisas e estudos. A proximidade com o Inhotim, por exemplo, permitiu que Flávia tivesse contato não só com trabalhos diversos, mas com um grande acervo de obras literárias disponíveis no espaço. Entre livros, viagens pelo Brasil e pelo exterior e o contato próximo com uma gama enorme de artista, foi descobrindo e consolidando suas paixões por estilos e manifestações diversas. A principal delas, a arte brasileira!

Do modernismo de Tarsila do Amaral ao contemporâneo de Lygia Clark, passando pelo trabalho de Darcy Ribeiro e de Berta Ribeiro, focados na questão cultural, popular e indígena, o trabalho com barro feito no norte de minas, as obras em ferro produzidas no estado do Alagoas, as manifestações típicas do Rio São Francisco, dentre tantas outras.

Em conversa com uma grande amiga, dona de uma editora, a curadora percebeu que existia no Brasil, uma carência de livros infantis que abordassem a arte local de maneira mais ampla. Os trabalhos com os quais se deparava eram sempre muito direcionados a artistas já consolidados, muitos inclusive, estrangeiros. Foi então que resolveu trabalhar em uma obra que aproximasse o universo das crianças e a arte popular nacional.

A produção durou cerca de dois anos, entre pesquisas, curadoria de artistas e, principalmente, o desenvolvimento da personagem principal. O resultado é o livro “A Pequena Gilda no Museu”, um material lindo e muito sensível, que para além da arte, aborda questões humanas como afeto, amizade e respeito. Retratados na obra estão oito artistas escolhidos a dedo, em meio a tantos outros que ela gostaria de ter abordado.

As ilustrações ficaram a cargo de Bruno Nunes, com quem a autora teve bastante sinergia, e que, segundo ela, teve a capacidade de captar com perfeição a essência dos textos, o espírito da personagem e principalmente, o carinho e cuidado que o material exigia.

Além da excelente aceitação do público, o livro caiu nas graças das escolas, que incorporaram “A Pequena Gilda no Museu” em seus currículos como material didático, para ensinar as crianças a terem contato com a arte e a cultura nacional, popular e indígena já no processo de formação, algo fundamental para o despertar do interesse sobre os assuntos e para manutenção do apreço ao longo da vida.

“A pequena Gilda no Museu” já se encontra disponível aqui na PdD, e no dia 06 de outubro, receberemos a autora por aqui para uma deliciosa manhã de autógrafos.

crianças

Gustavo

Gustavo sempre foi um apaixonado por desenho e, quando criança, tinha como hobby produzir os seus próprios brinquedos com caixas de papelão, de sapato, e outros materiais. Mais do que brincar, era na confecção das peças que ele encontrava sua maior satisfação.

O passar dos anos e as responsabilidades da vida acabaram levando Gustavo por caminhos diferentes daqueles com o qual ele sonhava quando pequeno. Fez faculdade de arquitetura, morou um período no exterior, se graduou em administração de empresas e virou dono de restaurante. No entanto, a satisfação estava longe de ser aquela que sentia na infância quando estava produzindo seus brinquedos. Foi então que a crise que afetou o mercado nacional acabou o trazendo de volta para a sua velha paixão.

Meio que ao acaso, sua esposa decidiu criar uma conta no Instagram para compartilhar as peças que o marido vinha produzindo como hobby. Menos de 10 dias depois, as imagens chamara a atenção da equipe de curadoria da Feira Rosenbaum, que acabou convidado Gustavo para participar do evento, na cidade de São Paulo. Dali em diante, sua vida mudou completamente. A participação foi um grande sucesso e gerou uma série de encomendas por parte de lojistas  e outras pessoas encantadas pelo trabalho, algo que fez com que ele percebesse uma excelente oportunidade de se profissionalizar naquilo que mais gostava.

Surgiu então a Mobri (Monte e Brinque), um estúdio criativo que produz brinquedos com a mesma característica daqueles que Gustavo fazia para si quando criança.

As peças são todas de papelão, matéria prima cujas características são ideias para interação e vem sempre desmontadas, pois o objetivo principal é estimular nas crianças o gosto por montar os próprios brinquedos. Gustavo acredita que esse é o grande diferencial do seu trabalho, pois entende que o processo de montagem muda completamente a percepção do usuário sobre os produtos, e cria uma experiência muito mais lúdica. Todos os itens vem acompanhados de giz coloridos, que permitem que cada criança personalize os brinquedos ao seu gosto.

E para quem pensa que são só os mais novos que consomem o trabalho, vale ressaltar que a Mobri também tem como público cativo os adultos, que usam as peças especialmente como Toy Art para decoração.

O trabalho também chamou a atenção de diversos educadores, que usam os itens da Mobri como material pedagógico em sala de aula, para desenvolver nas crianças habilidades manuais e abrir um universo de possibilidades criativas.

As lindas peças da Mobri também estarão por aqui no dia 06, em uma oficina aberta para crianças e adultos de todas as idades.