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Ainda que as homenagens sejam sempre bem vindas, independente do dia, é fato que a data de hoje, 08 de março, é especial para nós, mulheres, já que representa um marco na busca por igualdade.

Com o propósito de entregar às nossas seguidoras algumas palavras que nos representassem à altura daquilo que merecemos, pedimos um pequeno texto para a querida amiga e cliente PdD Leila Ferreira, dona de uma longa e bem sucedida carreira como jornalista e escritora, mulher sensível, atual e bastante dinâmica.

O retorno de Leila veio em forma de uma bela reflexão, muito apropriada para os dias de hoje. Confira a seguir:

“Patrícia, querida,

você me pediu que deixasse aqui uma reflexão para o Dia das Mulheres. Tomo a liberdade de transcrever um trecho do livro ‘Que ninguém nos ouça’, que fiz em parceria com a querida Cris Guerra. O livro é uma troca de e-mails e escolhi uma pequena passagem que pode nos ajudar a refletir e a viver melhor. Porque nós, mulheres, precisamos nos tratar com mais carinho.

Alguém tem dúvida de que a gente merece?

Beijos pra todas!”

Abaixo, o trecho escolhido por Leila para o dia de hoje:

“Talvez este seja um dos maiores desafios femininos: despedir-se do peso da expectativa do mundo. Em pleno século 21, as mulheres continuam vivendo em função da aprovação alheia. Não todas, claro. Mas muitas, eu diria, e estou entre elas. A gente faz de tudo (e mais um pouco) pra tirar nota boa em estética, economia doméstica, criação de filhos, vida conjugal, profissional, e depois morremos na praia, esgotadas, frustradas, insatisfeitas. Porque o peso dessa autocobrança implacável é a eterna insatisfação. Nunca seremos capazes de atender nossas próprias expectativas, que, ironicamente, criamos a partir do que a gente imagina que seja a expectativa alheia. Tudo é pouco. Tudo é insuficiente. ‘Tenho de emagrecer mais um pouco’, ‘Meu cabelo está horrível’, ‘Meu filho tirou nota baixa’, ‘A casa está uma bagunça’, ‘Meu chefe vai me cobrar’, ‘Estou muito envelhecida’, ‘Não tenho roupa pra usar no casamento dela’, ‘Tenho de comprar uma roupa pra formatura dele’, ‘Tenho de visitar minha sogra’, ‘Tenho de…’, ‘Tenho de…’. A gente não consegue passar um dia sem dizer ‘tenho de’ várias vezes. Estamos em dívida permanente. Nosso saldo é sempre insuficiente e a sensação é que, a qualquer hora, o banco vai encerrar nossa conta.

Que vida é essa, Cris? Quando é que nós, mulheres, vamos pegar mais leve com nós mesmas?”

Leila Ferreira

E para todas nós, mulheres, desejamos, acima de qualquer coisa, um feliz todo dia!