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“Viajar é mudar a roupa da alma”. Com essa frase do poeta brasileiro Mário Quintana, uma referência e inspiração, abro o meu relato sobre as incríveis experiências culturais que vivi nos últimos dois meses, quando tive a oportunidade de experimentar o contato com três lugares absolutamente encantadores: México, Cuba e Recife.

Embora o descanso tenha feito parte do pacote, o propósito da jornada foi outro, me conectar à essência de cada um desses destinos através da arte. As viagens me trouxeram as mais diversas referências e, acima de tudo, a gratidão por poder mergulhar, por um tempo, em culturas tão fascinantes.

A seguir, confira o breve registro de viagens sobre o que observei, vi e senti em cada uma delas.

México

No México, o primeiro dos três destinos, tive a oportunidade de conhecer uma cultura absolutamente fascinante, que reflete diretamente a complexidade histórica do país. Monumentos pré-colombianos originais de culturas como os Olmecas, Mais e Astecas, dentre tantos outros, podem ser observados em excelente estado de conservação, e refletem o nível de evolução que cada uma dessas civilizações trazia consigo, mesmo em tempos remotos.

Impossível também não se encantar com as obras marcantes do movimento conhecido como Muralismo Mexicano, que carrega fortes traços e influências das lutas e revoluções que marcaram o país no século XX. A arte muralista exerceu um forte papel social, permitiu aos artistas expressar pensamentos críticos intensos e deu a sociedade uma forma de, através da arte, romper com o espírito de alienação.

Além disso, tive o enorme privilégio do contato direto com o trabalho e o ambiente que inspirou Frida Kahlo, uma grande referência que tanto impactou nas questões de identidade na cultura mexicana.

Destaque também para a alegria e receptividade da população local e a diversidade de sons, cores e aromas que compõem o dia a dia dos mexicanos. Simplesmente apaixonante!

Cuba

Experienciar Cuba é como fazer uma viagem no tempo, tanto pelo eclética arquitetura de Havana que passa por estilos diversos (barroco-rococó, o neoclássico, o art-déco e tantos outros), quanto pela beleza dos veículos da década de cinquenta que circulam aos montes pelas ruas da cidade.

Os últimos anos tem sido marcados por transformações profundas na estrutura do país, que tem atraído cada vez mais turistas e vem sendo reconhecido como um importante polo de arte na América Latina. São diversos museus e espaços culturais fascinantes, dos quais tive a oportunidade de conhecer o Museo Nacional de Bellas Artes – Arte Universal, o Museo Nacional de Bellas Artes – Arte Cubano, o Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam, o Centro de Desarrollo de las Artes Visuales (e/ou Museu Casa Benito Juárez), a Fundación Ludwig de Cuba, o Museo de la Revolución, o Estudio Los Carpinteros, a Fábrica de Arte Cubano e a Arte Continua Habana.

A experiência também me propiciou momentos de contemplação à natureza, em belas praias de mar azul caribenho. Uma oportunidade de parar para absorver uma quantidade enorme de referências culturais com as quais me deparei nos dias anteriores. Se alguém ainda se pergunta se vale a pena colocar Cuba em seu roteiro de viagens, digo com toda a convicção do mundo: faça, vale cada segundo.

Recife

Na capital pernambucana, o último dos três destinos, tive a oportunidade de visitar a Fenearte, a maior feira de artesanato da América Latina. Dentre os seus objetivos, o principal e mais nobre é valorizar o trabalho dos artesãos e artesãs locais, e difundir os saberes tradicionais da região. O contato com os grandes mestres nordestinos me trouxe uma série de referências e inspirações, e um grande orgulho de saber que trabalhos tão maravilhosos são realizados em nossas terras. Em breve, algumas lindas novidades encontradas por lá surgirão na PdD. Essa semana, inclusive, lançamos por aqui uma obra maravilhosa de uma artista local, as bonecas Frida de Nadja Lima. Nadja planta as cabaças em seu quintal e as transforma em peças únicas, cheias de delicadeza e personalidade.

Por fim, um destaque e agradecimento à experiência que vivi em uma tradicional casa de Olinda. Para além da receptividade da proprietária, ficou a alegria de poder passear pelas ladeiras de uma das primeiras cidades brasileira declaradas Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO.

Espero que tenham gostado do relato. Aos que já tiveram a oportunidade de conhecer cada um desses lugares, fica o convite para compartilharem a experiência também!